
Originária do continente americano, encontram-se variedades nativas dessa hortaliça perene, rústica e resistente à seca, desde a Flórida, nos Estados Unidos, até a região sudeste do Brasil. Segundo tradições populares, o nome teria sido criado por pessoas que colhiam a planta no quintal de um padre, enquanto ele rezava em latim: Ora pro nobis.
O nome científico é uma homenagem ao cientista francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc, e o termo aculeata vem do latim, e significa espinho, agulha. Acredita-se que o cultivo em larga escala do ora-pro-nobis poderia representar uma revolução nos recursos alimentícios da humanidade, devido a seu fácil cultivo, grande produção e alto valor nutricional.
Gastronomia

As folhas secas, e moídas, são usadas em diferentes receitas, especialmente em sopas, omeletes, tortas e refogados. Muita gente prefere consumir as folhas e flôres cruas em saladas, acompanhando o prato principal. Outros as usam como mistura para enriquecer farinha, massas e pães em geral. É servido cotidianamente nas cidades históricas do estado de Minas Gerais, onde a planta é mais popular.
Ainda há o emprego para a produção de mel. Ela possui 25,4% de proteínas, sendo por isso conhecido como "carne dos pobres", vitaminas A, B e C, ferro e minerais, como cálcio e fósforo.
Cultivo

Serve também para alimentação animal, in natura ou na ração, barateando os custos da produção. O ora-pro-nois não pode ser confundido com a grandiflora ou a bleo que têm flores rosa (muito comuns no Brasil, e difíceis de serem diferenciadas sem a florada). Após a floração, o “ora-pro-nobis” produz frutos em forma de pequenas bagas amarelas e redondas, entre os meses de junho e julho. E aí vem um ponto importante a ser observado: nem todas as variedades desta planta são comestíveis; apenas a que tem flores brancas, com miolo alaranjado e folhas pequenas.
No Brasil
Encontrado em diversos estados do Brasil, em algumas localidades atingiu o status de ingrediente culinário, onde é refogado com vários tipos de carnes e é empregado em ensopados.
Na cidade de Sabará, onde existe o Festival do Ora-pro-nobis e é comum utilizar a cactácea para pratos culinários, teria surgido a lenda de que o nome ora-pro-nobis é uma referência à uma lenda que as pessoas colhiam a planta no quintal da casa de um pároco, e ele sempre rezava uma ladainha. Em Tiradentes, outra cidade brasileira de Minas Gerais, também há restaurantes que utilizam a ora-pro-nobis, sendo apreciado o frango com ora-pro-nobis. O cultivo mecanizado e o processamento industrial do ora-pro-nobis poderiam representar uma revolução nos recursos alimentícios da humanidade. No entanto, essa planta é pouco conhecida. Ela poderia integrar planos de governo na recuperação de áreas degradadas e no combate à fome, mas, infelizmente, nossos políticos são cegos para o que o povo precisa. Assim, enquanto o ora-pro-nobis não desperta interesse no plano governamental, o cultivo doméstico pode representar o primeiro passo para a abertura de uma nova alternativa para as regiões áridas.
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