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segunda-feira, 18 de março de 2013

Brasil é o segundo no ranking de vítimas fatais em acidentes com motocicleta

Um estudo inédito sobre a violência no trânsito, realizado pelo Instituto Sangari, por meio da análise de um milhão de certidões de óbito em todo o mundo, revelou que o Brasil é o segundo país do mundo em vítimas fatais em acidentes envolvendo motocicletas, com 7,1 óbitos a cada 100 mil habitantes. O Mapa da Violência 2012, publicado pela revista Veja em maio de 2012, mostrava que apenas no Paraguai se morria mais, com 7,5 óbitos por 100 mil habitantes. A situação no Brasil, e no vizinho sul-americano, é bem diferente do terceiro colocado no ranking global, a Tailândia, que tem taxa de 4,6 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto Colômbia aparece em quarto, com 4,2 óbitos, e Chipre fica com o quinto lugar, com 3,7 óbitos. 

Como base de comparação, o índice nos Estados Unidos, o décimo colocado da lista, é de 1,7 óbito a cada 100 mil habitantes. Nos últimos 15 anos, o crescimento da taxa de mortalidade em acidentes com motocicleta no Brasil aumentou 846,5%, enquanto a de carros cresceu 58,7%. O nível da violência no trânsito é tanto, que condena à morte no local do acidente cerca de 40% dos envolvidos nas ocorrências. Em 2013, estima-se que mais de 15 mil brasileiros devem morrer nas ruas e avenidas do país em acidentes com veículos de duas rodas. Em 2010, foram 13.452 vítimas fatais, contra 1.421 registradas em 1996. Entre as vítimas, 75% são homens e 40% têm entre 21 e 35 anos. 
Como forma de comparação, o número de vítimas fatais em acidentes com carros em 2010 foi de 11.405 pessoas, contra 7.188 de 1996. Uma das razões para este panorama é a explosão no mercado das duas rodas nos últimos 10 anos. A frota de motocicletas em circulação no país cresceu nada menos que 246% na última década, atingindo 18,5 milhões de unidades. Enquanto isso, a frota de carros apresentou crescimento menos significativo, de 65,3%, atingindo 37,2 milhões de veículos. 
Podemos apontar como causa/efeito deste aumento absurdo de mortes envolvendo motocicletas: vias sem condições de trafegabilidade, baixa capacidade dos motociclistas/motoristas em cumprir as leis de trânsito, uso indiscriminado de linha de pipa com cerol e a ausência de fiscalização, que estão contribuindo em muito para este elevado índice de mortes e sequelados no Brasil. 
Conforme o mapa da acidentalidade nacional com Foco em motocicletas, do portal do Ministério das Cidades, nos acidentes fatais entre 2007 e 2012, 27% não tinham habilitação. A falta de carteira foi a terceira infração mais cometida por motociclistas de 2007 até o 2012, com 36,3 mil casos. Entre os motoristas de automóveis, essa é apenas a nona infração mais comum. As estatísticas sugerem, ainda, que muitos dos condutores de motocicletas sequer têm idade para se habilitar. Entre 2007 e 2008, 138 adolescentes com idade entre 15 e 17 anos morreram em acidentes envolvendo motos (82 estavam na condução da motocicleta). De janeiro de 2009 a maio de 2012, 29% dos mortos do trânsito estavam sobre uma motocicleta e 7% não tinham habilitação. 
Está faltando consciência e responsabilidade, tanto dos condutores, quanto das autoridades que se fingem de mortos, gastam fortunas em publicidade inócua ao invés de investirem em fiscalização. Resultado: Mais óbitos nos finais de semana. 
Um dos principais agravantes é a facilidade para comprar uma motocicleta, hoje é possível dividir o custo em 60 vezes, com parcelas que, para muitos, significam menos do que o gasto mensal em passagem de ônibus. Está tão barato que até menores de idade estão comprando. No meio rural, os gaúchos estão trocando o cavalo pela motocicleta, no norte e nordeste, o jegue não é mais o meio de transporte e sim a motocicleta nas áreas rurais.
Estatísticas expõe este triste quadro, metade das mortes atinge pessoas com menos de 30 anos e especialmente na faixa dos 18 aos 24. Os óbitos ocorrem mais à noite e nos fins de semana e a região norte e nordeste embora com uma frota bem menor que a do sul e sudeste, vem liderando o ranking nefasto de mortes. 
Triste cenário, triste apresentação, vejo a população e autoridades cobrando mais fiscalização e consternados com as duzentas e poucas vítimas de um incêndio em uma boate e não vejo a mesma ou se quer querer discutir uma mudança as mortes no trânsito do Brasil, e olha que em 2012, foram “QUARENTA E TRÊS MIL MORTES NO TRÂNSITO, ONZE MIL SÓ DE CONDUTORES DE MOTOCICLETA”. 

FONTE: DENATRAN, MINISTÉRIO DAS CIDADES, SITES DE SEGURADORAS 


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